Em 1933 instala-se a ditadura do Estado Novo Em portugal.
Pessoa viveu fervorosamente esses acontecimentos e sobre eles escreveu vários textos, criticando actuações de dirigentes republicanos, questionando o fracasso da República, posicionando-se a favor do consulado de Sidónio Pais (1917-1918), a quem atribui uma aura mística equivalente a D. Sebastião, dando-lhe, num poema, o epíteto de “Presidente-Rei”, acolhendo o estado novo (1933) de uma forma expectante que, posteriormente, redunda em decepção e intolerância.Confrontado com um panorama cultural estagnado, consequência dos anos conturbados da primeira República, Pessoa sente que é seu dever empenhar-se na reabilitação das letras portuguesas. Desta forma começa por deixar de escrever exclusivamente em inglês e passa a escrever em português, a partir de 1908.
Estreia-se no mundo das letras com uma série de artigos intitulados A Nova Poesia Portuguesa publicados na revista A Águia (dirigida por Teixeira de Pascoaes), em Abril de 1912. Ainda no ano de 1912, decisivo na sua vida literária, Pessoa conhece Teixeira de Pascoaes e Mário de Sá-Carneiro, entrando na vida intelectual portuguesa e revelando a sua faceta de teorizador literário. A breve e intensa amizade com Mário de Sá-Carneiro (apenas durou três anos e meio) é determinante para o aparecimento do Modernismo em Portugal.
Em Fevereiro de 1914 publica “Pauis” ( poema programático que gera uma das primeiras experiencias estéticas pessoanas – o Paulismo, “arte de sonho moderna”) e “ Ó sino da minha aldeia,”, (poema que renova o tema da saudade), que o dão a conhecer como poeta.
Em 1915, juntamente com Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Armando Cortes Rodrigues e Santa-Rita Pintor, lança os dois únicos números da revista Orpheu, que inaugura o Modernismo em Portugal.
Entre 1913 e 1917, desenvolve uma intensa actividade poética, escrevendo de forma compulsiva e experimentando diversas tendências estéticas – Literária. Em 1914 é publicada a Mensagem, um ano depois de Salazar ter assumido a chefia do governo do país, instaurando um sistema de controlo total da vida pública – Estado Novo.
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